E há, então, um lugar para onde vão os sonhos em que deixamos de acreditar, onde moram os anéis que perdemos, os brincos sem par, as meias descasadas, o baton que a bolsa engoliu.
Há um lugar, um sumidouro, para onde são tragados os sorrisos que não voltam, o cheiro do cabelo, um colarinho manchado, o perfume na manga do vestido, o nome dele num bilhete, um gosto de vinho colado à língua.
Ficam lá, suspensos numa órbita improvável e inacessível, ao som de três ou quatro frases para sempre repetidas, que procuramos esquecer. E um dia esquecemos.
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